Perigos para o "Rebanho"
Igreja (congregação – “rebanho”) local
Os perigos inerentes ao “Rebanho”
II Tim. 3.1-9
Disse o salmista: Sabei que o Senhor é Deus: Foi Ele e não nós, que nos fez povo Seu e ovelhas do Seu pasto (Sl.100.3). Esta convicção deve mover-nos para uma continua atitude de ação de graças, porque revela que foi O Senhor que nos buscou e não nós a Ele.
Foi por ter esta convicção, que o salmista David, disse: O Senhor é O meu Pastor, nada me faltará...(Sl.23).
Jesus, disse Eu sou O Bom pastor:...aquele que não entra pela porta do curral das ovelhas, mas sobe por outra parte é ladrão e salteador...o ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir...o mercenário foge porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas – Jo.10.1,10,11 e 13.

Definição de “Rebanho”: É uma linguagem simbólica, para Congregação, bíblicamente, define-se por uma igreja local ou uma assembleia formando um corpo, que se rege pelos mesmos princípios, doutrinas, afirmação de fé e pela mesma regra, a Palavra do Senhor, para chegar à unidade da fé ao conhecimento do Filho de Deus e à estatura completa de Cristo (Ef.4.13).
A missão do “rebanho,” é atrair a si outras “ovelhas” (pessoas) extraviadas, sem rumo e sem pastor, para as conduzir aos pastos verdejantes (que já desfruta) da salvação; a vida eterna por Jesus o único e verdadeiro Pastor do “Rebanho”
Um “rebanho” está sujeito a muitos e diversos perigos e na maioria das vezes eles vêm de onde menos se espera, por esse motivo deve ser devidamente preparado para os poder conhecer e identificar a fim de os poder enfrentar e resistir. O maior perigo a enfrentar é ignorar os perigos a que está sujeito.
O propósito desta mensagem é alertar devidamente para os perigos com base nas Sagradas Escrituras desde os exemplos com Israel no Antigo Testamento, do início da Igreja até aos nossos dias.

Exemplos no Antigo Testamento:
A saída Israel do Egipto após a morte dos primogénitos do Egipto e a instituição da Páscoa (Êx. 12). Diz a palavra do Senhor que com eles saíram também uma mistura de gente (Êx.12.38), povo estranho, à descendência de Israel (Jacób), fora do âmbito das promessas, misturou-se, para também alcançarem a bênção da libertação, mais tarde foram eles, que muito contribuiram para a perturbação no arraial de Israel quando peregrinavam pelo deserto (Núm.11.4 – “e o vulgo ou populaça que estava no meio deles veio a ter grande desejo: pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar...).
A rebelião de Coré, Datã e Abirão (Núm.16.1-35):
Estes se congregaram contra Moisés e Aarão, acusando-os de se quererem elevar sobre a congregação do Senhor (v.3), movendo o povo contra eles, para ocuparem os seus lugares. Rebelaram-se não obedecendo ao pedido de Moisés para subirem até ele e acusaram-no de os querer matar ao tirá-los do Egipto, para eles terra que manava leite e mel (vs. 12-14).
O período dos profetas:
Após a entrada na terra prometida, quatro períodos foram marcantes na vida e história de Israel:
Primeiro; a conquista da terra – Diversos problemas contribuiram para impedir sucesso total, por isso não conseguiram expulsar muitos povos, que vieram a servir e pedra de tropeço e de laço para o povo se desviar do Senhor (livro de Josué).
Segundo; o período dos juízes – foi caracterizado pela constante oscilação entre a infidelidade indo após os deuses dos povos da terra e a fidelidade ao Senhor, quando ele levantava juízes entre o seu povo.
Terceiro; do estabelecimento da monarquia (a rejeição da soberania do Senhor - I Sam.8.5-9 – A Teocracia) ao reino dividido, foi um tempo muito conturbado, as guerras, as infidelidades dos reis, do povo e o surgimento de falsos profetas, que procuravam junto dos reis e do povo os seus favores com mensagens de satisfação pessoal e do seu agrado.
Quarto; o reino cativo Judá, levado para o cativeiro na Babilónia, O Senhor levantara grandes profetas para chamar o povo e os reis ao arrependimento e a voltarem-se para o Senhor, mas os falsos profetas haviam minado os corações do povo e dos reis de tal forma que eles já não escutavam a voz do Senhor.
Os falsos profetas:
Os falsos profetas também eram do povo (“rebanho”) de Israel, que para alcançarem lugares de honra e de destaque apresentavam-se como mensageiros do Senhor, mas não eram por Ele enviados (Dt.18.20-22). Durante a peregrinação pelo deserto o Senhor avisou o seu povo para o perigo do surgimento de falsos profetas, que usariam de astúcia para desviar o “rebanho” da fé, fidilidade e dos pastos do Senhor (Dt.13.1-3, 13-14).
Avisos de profetas fieis e lutas com falsos profetas:
Jeremias foi dos profetas do Senhor, que mais lutas travou com os falsos profetas, alguns exemplos de actividades de falsos profetas:
Jer.23.9-40 – Enchiam a casa do Senhor de maldade... v. 11
-- Faziam errar o povo de Israel... v.13
-- Alagavam Jerusalém de iniquidade... v. 14
-- Ensinavam vaidades e de coisas do coração e não do Senhor...v.1
-- Enganavam o povo com falsos discursos... v.17

-- Profetizavam mentiras em nome do Senhor...v. 25-27
-- O Senhor era contra os profetas mentirosos... v. 31-32
Jer.26.5-8 – São contra os que falam em nome do Senhor...
Jer.28.1-17 – A luta contra o falso profeta Hananias
Ez.13.1-7 – São profetas loucos...raposas no deserto...falam de vaidades...
Em resumo; Israel não evitou os perigos, porque eles não trataram os “vírus,” que os haviam contaminado enquanto viveram no Egipto, os “antibióticos” que o Senhor receitara não foram tomados e por isso os perigos nunca foram sanados, eles transportaram-nos consigo e nunca se libertaram deles.
A história de Israel e todo o Antigo Testamento, referem-se constantemente ao perigos, para o “rebanho” e até podemos observar, que os maiores germinavam-se do interior (no seio do povo), estendendo os seus tentáculos dominavam tudo à sua volta
Aplicações:
Apesar de tantas e boas lições, não as aproveitamos para nos precavermos nos dias, que cremos serem o fim dos tempos. Jesus alertou para a vigilância, para os acontecimentos e eventos que devem ser examinados, comparados mesmo com alguns do Velho Testamento (ex.º tempos de Noé,).
Perigos nos nossos dias para “rebanho” – Não há nada de novo, não há nenhum, que o Senhor não tenha avisado para ele, quer seja vindo do interior ou do exterior do “Rebanho”.
No Novo Testamento, desde o Evangelho de S. Mateus ao Apocalipse, do Senhor Jesus aos apóstolos, todos falam sobre os perigos inerentes ao “Rebanho”.
Os perigos dos nossos dias para a Igreja – A nível interno
Isto levanta a grande interrogação. Qual ou quais as diferenças entre o povo no Antigo Testamento - Israel e o povo de todas as tribos e línguas no Novo Testamento que formam igrejas locais, das quais toma corpo a Igreja Universal, que é o “Corpo de Cristo”.
É constante, ouvir que os tempos são diferentes e que não de deve fazer comparações, a evolução cultural, religiosa e educacional, o aumento do conhecimento, as novas sociedades e suas rergras, tem ditado as suas leis e o mundo sofreu e observou grande mudanças.
A pergunta é: Tudo isto ultrapassou as Escrituras, com o seu poder moral de ética, leis e valores, para reger qualquer tipo de sociedade ou o que elas são em absoluto actuais, mas que são ignoradas por serem classificadas como questões religiosas e cheias de preconceitos?
É na forma em como se aceita ou não a Sua autoridade e regras, que os perigos podem surgir e se podem vencer.
A desvirtualização do evangelho de nosso Senhor Jesus – Gl.1.1-8
Altera a base do ensino proclamado e estabelecido por Jesus – v. 7 Depois do sucesso do ministério de Paulo e Barnabé em Icóneo, Listra e Derbe pela mão do Senhor, com grandes poderes, sinais e a pregação da salvação em Jesus, que chegaram a Antioquía. Act.15.1-2 – E logo alguns ensinavam os irmãos baseados nos ritos e tradições,dizendo que ninguém se salvaria se não se circuncidá-se, conforme o uso de Moisés. Paulo escrevendo aos gálatas disse: Mesmo que um anjo do céu vos anuncie outro evangelho seja anátema (maldito) v. 8-9
As murmurações – Fazei tudo sem murmurações nem contendas Fp.2.14 – é queixar-se em surdina, falar mal de alguém, criar intrigas. Aconteceu assim com Moisés e Arão e outros servos do Senhor – Êx.15.
Durante o seu ministério o Senhor Jesus foi constantemente assediado pelas murmurações dos fariseus, dos escribas, dos saduceus e até do povo, por mandavam prender a Jesus Jo.7.32 – As murmurações, surgiam sempre que Jesus fazia ou ensinava algo que mexia com eles ou os incomodava.
São um sinal de discórdia, uma indicação de falta de amor e humildade, são sentimentos de sobreposição e de destaque, cria antagonismos e divisões, retira o espírito de reconciliação e do perdão, Paulo, disse: Antes de tudo ouço, que aundo vos ajuntais na igreja há dissensões entre vós (I Cor.11.18) – As murmurações, são um municiador para despoletar dissensões, disputas e contendas, que destroem a comunhão e impedem a espiritualidade (I Cor.3.3).
Invejas- cobiçando vanglórias (Gl.5.26)
São desejos que perduram admiração de outréns, vaidades, que produzem ostentação e um exibicionismo, que procura atrair para si todas as atenções – Simão que exercia artes mágicas em Samaria com a chegada do poder de Deus por meio dos apóstolos perdeu o protagonismo, por isso procurou conromper os apóstolos para comprar os dons do Espírito santo (Act.8.9-20).
Faciosismos – Mas se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração não vos glorieis...onde há espírito faccioso há toda a perturbação e toda a obra perversa (Tg.3.14,16) – é gerado da inveja e o seu resultado cria partidarismos, que por sua vez geram as dissenções e contendas (I Cor.1.12-13) – cada um de vós diz: Eu sou de Paulo e eu de Cefas e eu de Apolo e eu de Cristo.
Introdução heresias através de pseudo ensinadores (I Pd.2.1-3).
Pedro invoca a história do Antigo Testamento para avisar, que tal como no passado houve falsos profetas que também agora haveriam falsos doutores ou mestres, o seu ensino nega a verdade do evangelho farão desvios do caminho da verdade e usarão tudo para negócio com palavras fiingidas. Paulo escrevendo aos colossenses (2.18-23) advertiu a igreja àcerca deste tipo de mestres, cujo propósito era introduzir outras formas de culto, de preceitos, doutrinas e legalismos sem valor algum, cujo propósito só tem a satisfação da carne.
A tolerância e a versatilidade (I Jo.2.18-19)
A liberdade de expressão, mesmo que se julgue falsa e de permitir a vivência em conformidade com as opiniões expressas é a via que conduz à mudança (sinónimo de inconstante) de algo devidamente estabelecido e aceite – Foi assim que reagiram Coré, Datã e Abirã quando puseram em causa a liderança de Moisés estabelecida pelo Senhor – João na sua primeira carta avisou destes perigos e da forma como ele minava o meio e os corações dizendo: Filhinhos...muitos se tem feito anti-cristos...saíram de nós, mas não eram de nós, se fossem de nós ficariam conosco, mas isto é para que se manifeste que não são todos de nós.
Os perigos das potestades dos ares:
Foi o Senhor Jesus, que fez o primeiro aviso deste perigo, para todos aqueles que são discípulos e servos do Senhor Jesus, depois da contenda entre os discípulos de qual deles parecia ser o maior (Luc.22.24), falando para Pedro disse-lhe: Simão, Simão Satanás reclamou para vos cirandar como o trigo... (Luc.22.31). Desde do Éden que ele não descansa, o nosso Salvador, Mestre e Senhor, travou lutas constantes com o ele. Jesus sabia bem do perigo que o príncipe das trevas representa para todos os que fielmente o querem seguir e ao nosso Deus nosso Pai.
É o príncipe das potestades dos ares, que detêm o poder sobre todos os que não têm Jesus, nós antes da manifestação do poder de redentor de Jesus por meio do Espírito Santo para a nossa salvação também andamos nos seus caminhos (Ef.2.2). Hoje, tendo iluminadas as nossas mentes e corações pela Luz, podemos ver as diferenças, por isso sabemos, que o principe das trevas não nos dá descanso, por isso motivo, devemos manter uma boa“forma” espiritual, para assim travar as lutas no dia a dia (Ef.6.12).
O nosso amado irmão Pedro, na sua primeira carta descreve a forma como ele se move em nosso redor procurando os momentos de fraqueza para desferir os seus fortes, poderosos e letais ataques, assim comparou-o ao poderoso leão, que antes de avançar para o ataque mortífero, anda bramando com seu assustador rugido, com o propósito de separar os mais débeis para ter sucesso (I Ped.5.8). Portanto importância de manter uma boa saúde espiritual, é para estarmos prontos para resistir firmes na fé (I Ped.5.9), porque está escrito que apesar de estarmos sujeitos às maiores provações e aos ataques mais mortíferos, por amor de Jesus somos mais que vencedores (Rom.8.34-36).
Os perigos a nível externo:
A influência do Mundo
Os avisos do apóstolo João, de que tudo o que há mundo está alagado pela concupiscência: a)- Os desejos da carne, satisfação da natureza humana e pecadora: b)- Dos olhos, a força a cobiça despoleta o egoísmo: c)- A soberba da vida, a sede de poder gera a vaidade e todo o tipo de hipocrisia e engano. Não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele, porque tudo o que há no mundo, a soberba da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida não é do Pai, mas do mundo (I Jo.2.15-16).
Os exemplos de Demas, Alexandre e Himineu e outros...
Demas, companheiro de Paulo no mistério referido na carta aos Colossenses (4.14), seduzido pelo mundo amou-o abandonando Paulo e o Senhor (II Tim.4.10).
Himineu e Alexandre e outros que naufragaram na fé (I Tim.1.19-20).
Alexandre o latoeiro, que causou muitos males ao apóstolo Paulo (II Tim. 4.14).
Digladiação da fé – abertura de locais de culto quase porta com porta...
Hoje com base de dum número percentual de somente 0.5% de pessoas
evangelizadas nas localidades com trabalhos evangélicos surgem novos grupos que com base nessa percentagem e de que faltam muitos para serem evangelizados, justificam a autoridade para abrir casas de culto para levarem almas a Cristo, todavia o resultado é o proselitismo, o sugar e disputar crentes às congregações por essas não terem efervescência espiritual – Paulo disse, que sempre se esforçou por anunciar o evangelho onde Cristo nunca fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio (Rom.15.20) ou como disse aos coríntios: não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios...para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem...(II Cor.10.15-16). A estrema corrupçãos dos últimos tempos (II Tim3.1-9) – induzirá muitos a apostatarem da fé dando ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demónios (Itim.4.1-5).
Medidas preventivas para impedir a entrada dos perigos:
Ter em atenção o ensino do Senhor Jesus sobre o mundo e as pessoas, que dizem estar ao Seu serviço – nem todo o que me diz, Senhor, Senhor entrará no Reino dos céus... (Mat.7.21-23)
Evitar a discórdia perseverando pela unânimidade:
(Rom.12.16 – sede unânimes entre vós... é ter um mesmo sentimento e uma mesma regra um mesmo amor percorrendo o mesmo caminho (Fp.22 e 3.16). A vivência unânime estreita e fortalece os laços do amor, da sinceridade e da unidade. São elos que formam a corrente inquebrável da comunhão, que forma o corpo indivísível (unidade) e perfeito refletido a unidade absoluta do Pai e do Filho (Jo.17.21-23) – Para que todos sejam um como tu ó Pai o és em mim e eu em ti, eles sejam um em nós...Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade, para que o mundo conheça...)

Revestimento de humildade – Nada façais por contenda ou vanglória, mas por humildade, que cada um considere os outros superiores a si mesmo... seguindo o exemplo de Jesus que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação de ser igual a Deus...antes humilhou-se a si mesmo...(Fp.2.3,6-8). A humildade é o manto com o qual nos devemos revestir, para que vivamos numa sujeição mutua (I Ped.5.5), é com ela que se lança fora a ira, a cólera e se estabelece a mansidão (Ef.4.2), que nos capacita para vivermos, vidas irrepreensíveis no meio de uma geração perversa (Fp.2.15)
Vidas de oração e santidade:
A oração pode quebrar os grilhões que aprisionam os corações (At.16.15) – Perto da meia noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos, os outros presos escutavam...quando sobreveio um grande terramoto). Paulo apercebendo-se dos perigos que rondavam os colossenses exortou-os a perseverarem na oração (Col.4.2), ele sabia que a oração dá poder para confiar, vencer e amar, por isso escrevendo aos tessalonicenses dizia-lhes

A oração gera consagração é o móbil para se viver vidas santas – Sede santos porque eu sou santo (I Pd. 1.16) e está escrito que sem santidade ninguém verá o Senhor (Heb.12.14).
Conclusão: Para evitar os perigos, é importante, ter conhecimento das formas como eles se podem nos deparar e apresentar, é necessário ter muita cautela, ter em atenção tudo o que se passa em nosso redor, o que se vê e o que se não vê, saber que o menor descuido ou negligência abre as portas para a sua manifestação, só podemos ultrapassar os perigos com muita precaução, sensatez, obediência aos avisos e muita sabedoria.