A tentação de Jesus
A tentação do Senhor Jesus
I Cor.15.45-49 / Mat.4.1-11
Tentação do Senhor Jesus, para ser compreendida na sua essência, necessita da observação e compreensão do motivo e propósito, pelo qual, Ele veio ao mundo (Jo.3.16).
Jesus na Sua essência, reune em Si as naturezas Divina e humana, em toda a perfeição e plenitude. Mmas para levara a cabo a Sua missão, de morrer pelo nosso pecado, sendo nós ainda pecadores (Rm.5.8), tinha de abdicar da natureza Divina, para ficar em natureza humana plena, para experimentar o mesmo que o homem, sentimentos, dores e fraquezas, para ser em tudo tentado (Hb.4.16)). Foi nessa condição, que Jesus, pelo Espírito, foi levado ao deserto para ser tentado.
São diversas a interpretações teológicas sobre o acontecimento, sendo uma delas: Que Jesus foi sofrer a tentação para mostrar qu
e estava preparado para a sua missão...ir até à cruz.
Factos fundamentais a serem considerados, para compreender a suprema importância da vinda de Jesus ao mundo e da Sua tentação.
Analogia – Jesus, versus Adão
1 – Adão: “Os três passos” de Deus na criação do homem Disse Deus:
A – Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa
semelhança...(Gn.1.26)
B – E formou O Senhor Deus o... do pó da terra e soprou em seus
narizes o fôlego da vida e...foi feito alma vivente...
(Gn.2.7 cp. Jó.33.4)
C – E o, criou Deus à Sua imagem; à imagem de Deus, o criou...
(Gn.1.27).
1 - Jesus: “Os três fatores” da sua concepção:
A - O anjo Gabriel, disse a Maria (mulher bem aventurada)...em
teu ventre conceberás e darás à luz um filho...(Lc.1.30-31ª).
B- Descerá sobre ti O Espírito Santo e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a Sua sombra...(Lc.1.35b)...
C- ...O Santo que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
(Lc.1.35c)
2 - Adão: O primeiro homem formado do pó da terra, foi feito alma vivente
(Gn.2.7c cp. I Cor.15.45b),
o nome Adão - hb Adam - género Humano...figura daquele que
havia de vir...(Rm.5.14c)
Não é espiritual, mas sim físico / natural (gr.yuicikon)
. ..o primeiro homem é da terra, portanto é terreno (I Cor.15.47a)
2 - Jesus: Nasceu de uma mulher (Lc.1.31), O Verbo se fez carne (gr. sarx)
/ homem e habitou entre nós e vimos a Sua glória, como a glória
do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo.1.14)
...o último Adão em espírito vivificante (I Cor.15.45c)
O nome: Disse o anjo a Maria: pôr-lhe ás o nome de Jesus
(Lc.1.31) e a José disse: e chamarás o Seu nome Jesus (do hb:
Jeová salva – do gr. Salvador), porque Ele salvará o Seu povo dos
seus pecados (Mt.121).
...o segundo homem, O Senhor, é do Céu (I Cor.15.47./ Jo.3.27)
3 – Adão: Colocado no Jardim (Éden/paraíso), que Deus plantou, numa terra
pura, imaculada. Sem mal algum, sem contaminação, cheia de
abundância e da presença de Deus, colocou nele o homem, para
cuidar e guardar, era somente ele... (Gn.2.8-9, 15).
Só da árvore da ciência do bem e do mal, não poderia comer, o
que traria sobre ele a morte (Gn.2.17)
Adão pecou.
3 – Jesus: Foi colocado numa terra contaminada pelo pecado, o mal e no
meio de homens corruptos e pecadores, rebeldes e desobedientes
a Deus, perdidos, destituídos da glória de Deus e mortos em
delitos e pecados (Rm3.23; Ef.2.1, 5).
Veio para salvar tudo o que se havia perdido (com Adão), isto é,
reparar o mal que Adão (o homem) fizera (lc.19.10).
Jesus não pecou.
A tentação de Adão: Gn.3.1-6
O homem deita tudo a perder:
Adão e Eva eram os únicos humanos na terra (no Éden).
Satanás tinha conhecimento do que Deus dissera a Adão; vemos isso pela
forma, como se dirigiu a Eva, falando pela serpente
Tentação, os três fatores da concupiscência (Gn. 3.1-6 cp I Jo.2.16)
Satanás, age:
Subtileza da serpente (Satanás), para estabelecer diálogo com a mulher
(o qual foi a via) para o pecado, começou com uma pergunta que distorcia
o que Deus havia dito, e foi o despertar para as concupiscências.
É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do Jardim? (v.1)
Eva
O seu grande erro; querendo valorizar, que tinha conhecimento da
restrição imposta por Deus (Gn.2.17), acrescenta algo que Deus não disse:
Disse Eva: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da
árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele (...nem
nele tocareis v. 2,3), para que não morrais v.3c
Satanás
E a serpente disse à mulher: certamente não morrereis v.4
(Seguidamente opera o despertar das concupiscências).
Porque, Deus sabe, que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos
olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal (Gn.3.5).
A concupiscência da soberba da vida;, o poder, a divinização, querer ser
como Deus: Vendo a mulher que aquela árvore era boa para dar
entendimento...(Gn.3.6) – é o desejo e uma luta do homem até hoje...e
continuara a ser até que o Senhor volte.
A concupiscência dos olhos: Vendo a mulher que aquela árvore era boa
para se comer e agradável aos olhos... (Gn.3.6)
A concupiscência da carne: Vendo a mulher que aquela árvore era boa,
para comer...tomou do seu fruto e comeu e deu também ao seu marido e
comeu com ela (Gn.3.6).
Consequências da desobediência:
Medo –Adão e a mulher escondem-se do Senhor Deus... (Gn.3.8,10)
Atirar as culpas (ou desculpar-se):
Adão, culpa a mulher e Deus, a mulher que me deste por
companheira, ela me deu da árvore e eu comi (G.3.12).
Eva, culpa a serpente, a serpente me enganou e eu comi (Gn.3.13).
Maldições:
A serpente; maldita serás, mais que toda a besta...sobre o teu ventre
andarás e comerás pó todos os dias da tua vida... (Gn.3.14),
A terra; maldita é a terra por causa de ti...espinhos e cardos te
Produzirá...(Gn.3.17c, 18ª).
Castigo para o homem:
Com dor comerás dela (terra) todos os dias da tua vida (Gn.317.d)
Do suor do teu rosto comerás pão até que tornes à terra, porque dela
foste formado (Gn.3.19)
Castigo para a mulher: (Gn.3.16)
Gravidez (conceição), te multiplicarei grandemente a tua dor
Filhos, com dores os terás...
Vontade (desejo) ele será o do teu marido e ele te dominará
Expulso da presença de Deus:
O homem é como nós, sabendo o bem e o mal...ora para que não
tome da árvore da vida e coma e viva eternamente, O Senhor Deus
o lançou fora do jardim, para lavrar a terra...e uma espada
inflamada...guardava a árvore da vida (Gn.3.22-24).
A Tentação de Jesus: Mt.4.1-11
Divisão do texto
1 - Jesus conduzido para ser tentado – v.1-2
2 – Jesus enfrenta o tentador – v.3-1
3 - Jesus vitorioso é servido pelos anjos – v.11
Porque foi Jesus tentado?
Terão passado, 5 / 7 mil anos ou mais, quando o primeiro homem, no primeiro confronto com Satanás (no Éden), deitou tudo a perder, socumbindo à tentação, desprezou a obediência e fidelidade ao Senhor, preferiu a separação de Deus e a morte, trazendo o mal sobre toda a criação, e a expulsão da presença de Deus.
Desde então, a maldade do homem evoluiu grandemente com a imaginação do pensamentos e do seu coração a ser má continuamente (Gn.6.5).
Apesar de tudo isso,;O Senhor Deus não esqueceu o homem, queria-o recuperar, era necessário enviar alguém à semelhança de Adão, que travasse uma luta semelhante em tentação, para recuperar o que se havia perdido (Lc.19.10).
1 – Jesus conduzido para ser tentado Mt.4.1-2
Jesus ao descer às águas, para ser baptizado por João no Jordão,
identifica-se na natureza humana plena, por isso a descida do Espírito
Santo em forma corpórea como de pomba, vindo sobre Ele, para que
João soubesse, que Ele era O Cordeiro de Deus, para tirar o pecado do
mundo (Jo.1.29-34)
Foi o Espírito, que O conduziu ao deserto (campo de batalha), para ser
tentado, o último Adão (como Paulo chama), ia agora defrontar o
inimigo de Deus (e nosso), à semelhança do primeiro Adão, para
começar o processo de recuperação de tudo o que se havia perdido.
O deserto lugar árido e seco, onde o alimento e água escasseiam, nada
Há mais poderosos, para enfraquecer a natureza humana e levá-la ao
desfalecimento. “Ilustração: dou o meu reino por um copo de água”
Jesus suportou 40 dias e 40 noites, sem comer nem beber, deixado só
pelo Pai, à mercê das necessidades da natureza humana, teve fome; era
o momemto propicio, para o tentador atacar, apelando às Suas
necessidades.
2- Satanás tenta a Jesus, os três passos da concupiscência – Mt.4.3-10
1ª tentação: ...se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se
tornem em pães, v.3, era o apelo à satisfação física, mas também
à vaidade e capacidades pessoais, para resolver um assunto sem
padecer necessidade ou dor, mas que conduzia à desobediência a
Deus, visto que dessa forma não confiaria no poder de Deus na
Sua vida – “concupiscência da carne”
Resposta de Jesus e a primeira vitória:
Jesus não procurou argumento segundo a natureza humana, nem
segundo as Suas capacidades, confiou no poder da Palavra de Deus,
em momento semelhante onde o homem fraquejou, não
confiando no poder do Senhor; por isso respondeu e disse:
...Está escrito: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus v.4 cp. Dt.8.3.
Jesus recorre a um caso passado no deserto com o povo de Israel,
que um mês e meio depois de ter saído do Egipto, tendo acabado as
suas provisões, murmuraram porque tinham fome (Êx.16. e
Nm.11.4-10), e o Senhor lhes mandou o maná, para que
aprendessem, que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o
que sai da boca do Senhor, viverá o homem (Dt.8.3), a prova disso
foi Moisés, que por duas vezes, esteve 40 dias e quarenta noites
sem comer nem beber na presença do Senhor (Êx.24.18; 34.28;
Dt.9.9).
2ª tentação: ....o diabo O transportou à cidade santa (Jerusalém) e
colocou-O sobre o pináculo do templo (com cerca de 60 metros de altura)
e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo, porque
está escrito: Que aos Seus anjos dará ordens a Teu respeito e tomar-te-
ão nas suas mãos, para que não tropeces com o Teu pé em pedra (v.5-6
cp. Sl.91.11-12).
Satanás muda de estratégia, agora, também ele usa as escrituras, para dar
mais confiança a Jesus, de que se o fizesse Deus O protegeria e tirava-
lhe argumento.
Novo apelo à vaidade e ego, de afirmação de quem é, não tendo em conta
a vontade de Deus. “Concupiscência da soberba da vida”.
Resposta de Jesus: e a segunda vitória:
Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás O Senhor Teu Deus
v. 7 cp. Dt.6.16
De novo O Senhor Jesus recorre às Escrituras, apoiando-se nas palavras
de Moisés ao povo de Israel, quando no deserto teve sede e
murmuraram contra O Senhor e contra Moisés, acusando de os querer
matar à sede, pelo que Moisés disse de imediato; porque tentais ao
Senhor? (Êx.17.2,3,7 e mais tarde já às portas de Canaã, disse: Não
tentarei ao Senhor vosso Deus, como tentaste em Massá (Dt.6.16).
De novo era a falta de confiança do Senhor que os fazia murmurar e
contender, então procuravam resolver os problemas à sua maneira pela
pressão.
3ª tentação: ...o diabo O transportou a um monte muito alto, mostrando-
lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. E disse-lhe: tudo isto te
darei se prostrado me adorares v.9.
Lucas completa a tentação: Dar-te-ei a Ti este poder e a sua glória;
porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto se me
adorares tudo será teu (Lc.4.5-7) “Concupiscência dos olhos”
Fazer passar pelos Seus olhos os reinos do mundo e suas glórias, é o
derradeiro e sedutor ataque desejo da glória pessoal, ter domínio e
poder, é semelhante ao que disse no Éden ...sereis como Deus...(Gn.3.5),
é para isto que os homens lutam e procuram o conhecimento...e fazem
milhares correr atrás deles quase como se fosse deus.
Resposta de Jesus: e a terceira vitória:
Disse-lhe Jesus: Vai-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor Teu
adorarás e só a Ele servirás v. 10 cp Dt.6.13; 10.20.
Esta é a expressão mais forte de obediência e fidelidade ao Senhor, esmo
que o servo, tenha que se aniquilar a si mesmo.
Mais tarde Jesus várias vezes disse: Eu não busco a minha glória, mas
sim a glória Daquele que Me enviou (Jo.8.50).
Paulo disse de Jesus: Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação
de ser igual a Deus (Fp.2.6)
Então o diabo o deixou (v.11ª). Fim da batalha: A luta do Éden estava
recuperada, faltava pagar o castigo, isto é satisfazer a justiça de Deus
...no dia em que dela comeres, certamente morrerás...(Gn.2.17c).
E chegaram os anjos de Deus e o serviram, certamente extenuado,
desgastado, mui fraco e débil. Mais uma evidência de Jesus homem na
Sua plenitude. Agora era a via até à cruz, para recuperar o homem que
se havia perdido e reconciliá-lo com Deus.